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Citação de magnoferreira1979@hotmail.com em agosto 3, 2024, 1:42 pmNa árvore que eu estou,
O valor dos frutos depende do galho em que ele brotou.
Os frutos dos galhos que estão
Beijando o chão, não valem um tostão.
Já os frutos dos galhos de cima
Têm o devido valor em todos os climas.
Os frutos de baixo, os animais podem mordê-los,
Podem apedrejar, espetar, apertá-los em novelos.
Quem se importa com o esmagamento dos frutos de baixo?
Azar deles que nasceram em desprotegido cacho.
Quem se importa se eles morrerem por falta de irrigação
Ou por pedradas disparadas pela tradição?
– Mas se alguém ferir um fruto que está num galho elevado?
– Isso será veementemente condenado.
Não se aceita que alguém meta mão
Nos frutos que estão em galhos distantes do chão.
Atacar, ferir, apedrejar, jogar no riacho...
Só nos frutos dos galhos de baixo.
– Mas são frutos da mesma árvore!
– Quem quer saber desse mármore.
O que importa é a posição
Que o galho se encontra.
O resto não se leva em conta,
Não passa de disfarce do alçapão.
Os frutos de baixo verdes ou maduros
Podem ser espetados, nem precisa ser no escuro.
O tempo todo frutas verdes são espetadas,
O leite desce manchando a morada.
Mas quem se importa.
Tapa-se o nariz. Fecham-se as portas.
– Se fosse um fruto de um galho de cima?
– Mudaria o clima:
O tempo nublava,
O trovão estrondava,
O vento agitava,
O dia anoitecia sem palavra.
– Mas os frutos vêm da mesma árvore, do mesmo tronco, da mesma terra!
– Quem quer saber, cabeça de cabo de guerra!
Convenção é convenção,
E não tem conversa não.
Toda a sociedade verde deu sinal,
Implicitamente, assinou o contrato social
Determinando que só têm importância os frutos dos galhos de cima.
– Os galhos de baixo também fazem parte dessa sociedade sem ímã!
– Quem quer saber, Zabelê! Você não viu,
Mas o transporte que você procura já partiu.
Na árvore que eu estou,
O valor dos frutos depende do galho em que ele brotou.
Os frutos dos galhos que estão
Beijando o chão, não valem um tostão.
Já os frutos dos galhos de cima
Têm o devido valor em todos os climas.
Os frutos de baixo, os animais podem mordê-los,
Podem apedrejar, espetar, apertá-los em novelos.
Quem se importa com o esmagamento dos frutos de baixo?
Azar deles que nasceram em desprotegido cacho.
Quem se importa se eles morrerem por falta de irrigação
Ou por pedradas disparadas pela tradição?
– Mas se alguém ferir um fruto que está num galho elevado?
– Isso será veementemente condenado.
Não se aceita que alguém meta mão
Nos frutos que estão em galhos distantes do chão.
Atacar, ferir, apedrejar, jogar no riacho...
Só nos frutos dos galhos de baixo.
– Mas são frutos da mesma árvore!
– Quem quer saber desse mármore.
O que importa é a posição
Que o galho se encontra.
O resto não se leva em conta,
Não passa de disfarce do alçapão.
Os frutos de baixo verdes ou maduros
Podem ser espetados, nem precisa ser no escuro.
O tempo todo frutas verdes são espetadas,
O leite desce manchando a morada.
Mas quem se importa.
Tapa-se o nariz. Fecham-se as portas.
– Se fosse um fruto de um galho de cima?
– Mudaria o clima:
O tempo nublava,
O trovão estrondava,
O vento agitava,
O dia anoitecia sem palavra.
– Mas os frutos vêm da mesma árvore, do mesmo tronco, da mesma terra!
– Quem quer saber, cabeça de cabo de guerra!
Convenção é convenção,
E não tem conversa não.
Toda a sociedade verde deu sinal,
Implicitamente, assinou o contrato social
Determinando que só têm importância os frutos dos galhos de cima.
– Os galhos de baixo também fazem parte dessa sociedade sem ímã!
– Quem quer saber, Zabelê! Você não viu,
Mas o transporte que você procura já partiu.